Os pinguins possuem formas curiosas de encontrar seus parceiros e filhotes em uma multidão de até milhões de vizinhos. Quando um pinguim sai para procurar comida para seu parceiro e para o filhote, pode passar até semanas fora.
Quando retorna para casa, como consegue achar seus familiares entre tantos vizinhos iguais e barulhentos?
Pesquisas sugerem que, apesar da visão aguçada, os pinguins não conseguem diferenciar exatamente seus familiares no meio de seus vizinhos. Além disso, o olfato é outro sentido que não pode ser usado com tanta confiança nesta incansável procura.
Os pinguins utilizam a vocalização e alguns comportamentos para encontrar sua família, mesmo que o barulho da vizinhança possa atrapalhar a comunicação entre quem procura e quem quer ser encontrado. Frequências específicas de vocalização foram detectadas em diferentes pinguins, evidenciando que há uma variação no som emitido por cada família, facilitando o seu encontro. Porém, se um pinguim fica andando de um lado para o outro procurando, pode irritar alguns vizinhos e gerar conflitos,
já que estas aves são muito territorialistas. Para evitar estes problemas, pinguins que constroem ninho costumam memorizar o local e a aparência de sua casa e, após algumas vocalizações, conseguem encontrar sua família em questão de minutos. Para as espécies que não constroem ninho, a procura pode demorar até algumas horas, mas um "acordo" é feito entre vizinhos, nestes casos.
Quando um pinguim vocaliza, outro que estava prestes a vocalizar espera até que o primeiro termine sua chamada, e só assim começa a vocalizar a procura de sua família.
© Apis & Mellifera #19
Artigos consultados: Aubin, T. & Jouventin, P. How to Vocally Identify Kin in a Crowd: The Penguin Model. Advances in the Study of Behaviour, 2002.
Kirkwood, R. The Foraging Ecology of Female Emperor Penguins in Winter. Ecological Monographs, 1997.
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